quinta-feira, 28 de abril de 2016

Prensa Botânica



Secagem do material botânico coletado em Teófilo Otoni, nordeste de Minas Gerais. As plantas, antes de serem incorporadas nas coleções, passam pela estufa para desidratação, possibilitando, assim, sua preservação nos herbários sob condicionamento adequado em temperatura e umidade ideais. Normalmente, o período de 4 a 5 dias é suficiente para elas perderem toda a água. Porém, as suculentas costumam ficar o dobro do tempo.


Nem tudo são flores em uma prensa de campo...


Notas do meu caderno de campo: Respeito pela Natureza e Amor constituem as maiores coletas e aprendizados (ver espaço ocupado por elas na prensa). Inclusive, essas duas são as mais resistentes e robustas, e, por isso, precisam estar entre dois alumínios. Ainda assim, felizmente não secam. Os dois alumínios são simplesmente para o respeito e o amor ficarem ainda mais quentinhos em mim. E, mesmo a pobreza sendo grande, exercendo forte pressão sobre elas, observei que não cedem. Não reduzem nem um milímetro de espessura e nem de importância.

Impossível coletar só plantas em todas as comunidades e pequenos povoados que visitamos em nossas expedições.... Muitos lugares são pobres, sem escolas, sem saneamento, sem energia, sem água....

Prensa botânica grande só tem valor quando é preenchida por outras coisas além de flor.

Luísa Azevedo




quarta-feira, 27 de abril de 2016

Canaã do Brasil



Canaã do Brasil encontra-se no domínio da Mata Atlântica, no nordeste de Minas Gerais, que, agora, está mais para Caatinga de tão árida. Sem suas matas nativas, derrubadas para carvoaria e para somar mais alqueires de terra aos grandes fazendeiros do coronelismo.

Localiza-se sobre a linha geográfica das formações graníticas e gnáissicas (inselbergs) e abaixo, bem abaixo, da linha da pobreza. Num nordeste coordenado e condenado pelo descaso e esquecimento.

Contém os afloramentos mais lindos, a vista mais esplendorosa, as plantas mais raras, potenciais turísticos inúmeros e as casa mais simples e menores, mais abafadas, mais escuras, mais peladas (sem livros, eletrodomésticos), sem energia, sem água...

Entre tantas pedras e contradições, (r)existe também caráter humano não lapidado pela corrupção, ganância, globalização. (R)existe a Dona Ana, que mora em 3m quadrados de pau a pique com o seu Lourito e pequena plantação de (sub)existência. (R)existem pessoas e famílias inteiras vivendo em harmonia com a Natureza, sem nada lhe pedir além de algumas gotas de chuva.

Lugar (exu)ber(r)ante de pedra.
Desolado. Isolado. Insolado.

Ao recebermos um convite de Dona Ana para entrarmos em sua casinha, impossível não (re)parar, apesar de seu pedido para não nos atentarmos à simplicidade.

Como não (re)parar tamanho contraste?
Não ver as goteiras no telhado de remendos e materiais reciclados?

Como sair de lá só-mente com sacos de plantas e me esquecer do solo sofrido e envelhecido da pele de Dona Ana? Como me esquecer de sua bondade e simplicidade? Como não coletar essa Vida comigo?

N(ord)este centro de beleza e pobreza,
rico e pobre,
peço,
clamo por atenção.

Luísa Azevedo

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Viagens aos pães de açúcar: Rio de Janeiro, 2016

Enfim, conseguimos finalizar um curto documentário sobre a nossa temporada no Ridexaneiro.
Muitas coletas botânicas, risadas e, claro, uma prainha para incentivar a criatividade!

Em breve, lançaremos a expedição no Espírito Santo! :)

Saudações naturalistas...







terça-feira, 12 de abril de 2016

Lu & Lu ... e Lua!



O blog agora vai ter uma participação especial da Luana, pesquisadora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro! A Lua também vem desenvolvendo seu doutorado com a flora dos inselbergs. Mais uma Lu(a) na jornada. E as meninas seguem aflorando... 
Essa carioca irá compartilhar muitas histórias e aventuras sobre as suas viagens aos pães de açúcar da cidade maravilhosa! Aguardem! :)


Seja bem-vinda, Lua!